Por Karla Gabriela
Se você é amapaense ou tem um pouco de familiaridade com o Amapá,
provavelmente conhece o Trapiche Eliezer Levy e, consequentemente, a Pedra do
Guindaste. Esses dois pontos turísticos se complementam por ficarem um ao lado
do outro, e juntos formam um destino certo a quem está de passagem pela capital
e anseia conhecer monumentos históricos e representativos do estado do Amapá.
A Pedra do Guindaste, localizada
dentro do Rio Amazonas, é um dos monumentos mais famosos da cidade. No século
passado teria servido de alvo para soldados que praticavam tiro na Fortaleza de
São José, mas hoje em dia é um ponto turístico muito querido dos amapaenses. No
ano de 1969 a confecção da imagem de São José, padroeiro de Macapá, foi encomendada
para ficar assentada na pedra, de frente para o Rio Amazonas, vigiando a
cidade. E é assim desde então.
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FOTO: JOMAR MAGALHÃES |
Existe uma lenda que
explica o “nascimento” da pedra. Em uma tribo de Tucujús -nome dado aos índios
que primeiro habitaram essa terra-, existia uma índia muito apaixonada e que em
todas as manhãs acompanhava o namorado em busca de alimentos. Ela o esperava o
dia todo na praia, até o pôr do sol chegar à lagoa dos índios, horário marcado
para o regresso. Certo dia o índio não voltou, e a moça o esperou acocorada chorando
a noite toda, e lá morreu. No local de sua morte, especificamente onde as
lágrimas caíram, nasceu uma pedra em formato de mulher. Atualmente essa pedra é
conhecida como A Pedra do Guindaste.
Em 23 de setembro de 1973, o navio Domingos Assmar colidiu
com a pedra e a quebrou quase que integralmente, lançando seus pedaços no
Amazonas. A restauração da imagem de São José e a construção de uma pilastra de
concreto ficaram por responsabilidade do dono da embarcação, que prontamente
providenciou a substituição. Atualmente, apesar de ser uma imagem que
representa o povo amapaense, o monumento sofre com a erosão ocasionada pelo rio
Amazonas e tem escassas manutenções.
A Pedra do Guindaste carrega consigo grandes mistérios e
lendas. A mais conhecida é a da Cobra Grande. De acordo com antigos moradores
do Igarapé das Mulheres, a pedra e a imagem guardam uma enorme serpente que
descansa durante o dia e a noite sai para beber água. Se por infelicidade a pedra
for retirada, de acordo com o que contam os antigos, Macapá sofreria uma
inundação de grandes proporções e deixaria de existir.
É possível tocar a Pedra do Guindaste e visualizar de perto
a imagem de São José quando a maré não está cheia. Visite os monumentos históricos
do Amapá. Valorize e cobre a manutenção da cultura local.
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